8888O Arquipélago de Alcatrazes se tornou a mais nova unidade de conservação (UC) do Brasil, após o presidente em exercício, Michel Temer, assinar, na última terça-feira (2), o decreto que institui a área como Refúgio de Vida Silvestre (RVS).

Para o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, a nova área protegida, que fica no litoral norte de São Paulo, no município de São Sebastião, significa um grande avanço, principalmente num bioma que é pouco lembrado, que é o bioma marinho.

“Trata-se de um passo importante, uma sinalização da nova gestão, de que nós estamos inteiramente em consonância com as preocupações globais a respeito do mar. A criação desta unidade marinha será muito importante, não somente para a manutenção da biodiversidade, mas também para atrair o turismo.”

O secretário de Biodiversidade e Florestas da pasta, José Pedro de Oliveira, também destacou a decisão do governo e citou o longo processo de luta pela proteção da biodiversidade de Alcatrazes. “O Santuário preservará ambientes naturais únicos e de notável beleza cênica nas águas brasileiras, além de proteger os animais que usam a área para alimentação, reprodução e abrigo”, afirmou o secretário.

O arquipélago, que serve de baliza à navegação na costa brasileira desde o descobrimento do Brasil, está situado em alto mar. Até dois anos atrás, a ilha principal de Alcatrazes, que se eleva a quase 300 metros acima do nível do mar, deixou de ser alvo de tiro de aferimento de canhões de navios da Marinha.

“Esse foi o primeiro entendimento entre os Ministérios da Defesa e do Meio Ambiente, agora consolidado com criação do Santuário”, explicou José Pedro de Oliveira.

Proteção e Turismo

Além da biodiversidade de espécies, a nova unidade de conservação ainda tem potencial para turismo de mergulho, o que pode gerar emprego e renda para a comunidade da região. Assim, sobe para 326 o número de UCs geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no País.

Com 67,3 mil hectares, o Refúgio busca proteger os ambientes naturais criados pela associação de características geológicas, geomorfológicas e correntes marinhas.

A unidade também visa preservar a diversidade biológica, incluindo as espécies insulares, endêmicas, ameaçadas ou migratórias que utilizam a área para alimentação, reprodução e abrigo e conciliar os interesses de conservação da natureza com os de soberania nacional, já que se trata de área estratégica para a Marinha Brasileira.

O local é área de ocorrência de espécies ameaçadas e endêmicas, como Elecatinus figaro (peixe), Scinax alcatraz (anfíbio) e Bothrops alcatraz (réptil), constantes do Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente, e invertebrados marinhos raros e em risco de desaparecer.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério do Meio Ambiente