As mudanças climáticas são alterações do clima em todo o planeta. Estas alterações são causadas pelo aquecimento global, que é um fenômeno climático que consiste no aumento das temperaturas médias do planeta e das águas dos oceanos, ele é o resultado da intensificação da emissão de gases do efeito estufa (GEE). Em outras épocas o aquecimento tinha causas naturais, mas hoje estudos científicos confirmaram que as atividades humanas contribuem significativamente para o aquecimento global.

Grande parte desses gases do efeito estufa se acumula na superfície terrestre amplificando um fenômeno que ocorre naturalmente. O problema não é o fenômeno natural, mas o agravamento dele devido às atividades humanas que emitem uma grande quantidade de gases formadores do efeito estufa. Assim, a camada de gases tem ficado cada vez mais espessa, retendo mais calor na Terra, aumentando a temperatura da atmosfera terrestre e dos oceanos e, consequentemente, ocasionando o aquecimento global.

Os cientistas acreditam que o aumento da temperatura média do planeta resultará em graves consequências para a vida na Terra, tais como: Elevação do nível do mar devido ao derretimento das calotas polares, causando inundação de cidades litorâneas e ilhas; Maior frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como enchentes, secas e furacões; Diminuição na produção de alimentos; Desertificação; Extinção de espécies etc.

A situação é considerada irreversível e seus efeitos devem ser sentidos nos próximos séculos ou até milênios. Isso aponta para a necessidade de uma mudança de atitude imediata para a redução das emissões dos gases de efeito estufa.

 

Como podemos combater o Aquecimento Global?

  • Zerar o desmatamento urgentemente;
  • Investir na conservação de áreas naturais e no reflorestamento;
  • Reduzir o consumo de energia e investir na eficiência energética;
  • Incentivar o uso de energias renováveis: solar (sol), eólica (vento), geotérmica (calor do interior da terra), biomassa (matéria orgânica), oceânica (marés e ondas) etc.;
  • Investir em tecnologias para baixar as emissões de GEE dos veículos;
  • Reduzir o consumo de carne;
  • Utilizar o transporte público, a bicicleta e caminhar;
  • Reaproveitar e reciclar materiais;
  • Consumir estritamente o necessário.

 

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA:

SAÚDE

As mudanças de temperatura podem ter um grande impacto na transmissão de doenças transmitidas por vetores. A malária, por exemplo, é fortemente influenciada pelo clima e mata mais de 400.000 pessoas todos os anos. O número de mortes por malária tende a subir consideravelmente com o aquecimento global.

Eventos extremos têm ocorrido de forma mais frequente e intensa nos últimos anos. Situações ocasionadas por eventos como secas, enchentes, incêndios, tempestades, deslizamento de terra, furacões entre outros, estão causando um aumento no nível de ansiedade e stress nas pessoas, afetando assim o comportamento psicológico e social das comunidades.

Ondas de calor intenso contribuem diretamente para as mortes por doenças cardiovasculares e respiratórias, principalmente entre os idosos.

Em áreas urbanas, alguns efeitos da exposição a poluentes atmosféricos são potencializados quando ocorrem alterações climáticas, principalmente as inversões térmicas. Isto se verifica em relação à asma, alergias, infecções bronco-pulmonares e infecções das vias aéreas superiores (sinusite).

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA POTÁVEL

A água é um dos recursos naturais mais afetados pelos efeitos da mudança do clima, considerando as alterações nos padrões de precipitação, na disponibilidade e na distribuição da vazão dos rios.

As alterações no ciclo hidrológico da Terra, que está diretamente associada às mudanças de temperatura, aumentam os níveis de vapor de água na atmosfera e tornam a disponibilidade desse recurso menos previsível. Isso significa que a evaporação aumenta, alterando a umidade do solo, o escoamento, o regime de chuvas e, consequentemente, a disponibilidade de água para o consumo humano.

O aumento da variabilidade de precipitação e o declínio das chuvas, devido à mudança do clima, diminuirão consideravelmente as taxas de recarga das águas superficiais e subterrâneas, afetando mais gravemente regiões que já sofrem com a escassez de água.

ALIMENTAÇÃO

A agricultura, o aquecimento global e os danos que as mudanças climáticas devem causar na produção agrícola mundial compõem um importante ciclo de causas e efeitos relacionados.

A agricultura é uma das principais responsáveis pelo aumento da temperatura: as emissões do setor, somadas ao desmatamento para a conversão de terras para o cultivo, representam algo entre 17% e 32% de todas as emissões de gases do efeito estufa provocadas por atividades humanas. Nesse contexto, observa-se um efeito “Feitiço contra o Feiticeiro”: a agricultura pode passar para a condição de vítima do problema que ela mesma está ajudando a criar.

O aumento das temperaturas e a precipitação variável provavelmente diminuirão a produção de alimentos básicos em muitas regiões, o que deve trazer consequências preocupantes para a segurança alimentar. Isso aumentará a prevalência de desnutrição, que atualmente causam 3,1 milhões de mortes todos os anos.

FLORESTA

No Brasil, o desmatamento da Amazônia é o principal vilão do clima, pois a retirada da cobertura vegetal e, posteriormente, a queimada para abertura de novas áreas de lavouras e pastagens libera uma grande quantidade de gases de efeito estufa. A Perda de áreas florestais provoca uma mudança violenta nos padrões de pluviosidade e na distribuição das chuvas, além de contribuir consideravelmente para o aquecimento do planeta, onde eventos climáticos extremos, como as secas e inundações, ficarão cada vez mais frequentes e intensos.

Se o desmatamento da Amazônia continuar avançando, a floresta pode atravessar um ponto de não retorno. Isto é, o bioma perderá a capacidade de regenerar-se e se transformará em uma savana. Caso isso aconteça, estima-se que 200 bilhões de toneladas de gás carbônico seriam liberadas na atmosfera. Isso agravaria a crise climática, visto que esta quantidade equivale a cinco anos de emissões globais.

PERDA DE BIODIVERSIDADE

Além das muitas ameaças que já afetam a integridade dos ecossistemas naturais e sua biodiversidade, como desmatamentoqueimadas e poluição, os efeitos previstos das mudanças do clima devem gerar consequências ainda mais graves para todas as formas de vida da Terra.

O maior número de espécies do planeta habita na Amazônia, onde dezenas de milhares de espécies são endêmicas. Em um processo de savanização teremos uma enorme perda da vegetação original, e muitas populações passarão a buscar/migrar para áreas com características similares as anteriores, porém, algumas espécies têm uma habilidade de dispersão limitada, sofrendo assim maior ameaça de extinção. Além disso, estas espécies são próprias de floresta úmida e não de savanas, agravando ainda mais o risco de extinção.

Um exemplo específico é o provável desaparecimento dos ursos-polares, pois o derretimento das camadas de gelo do Pólo Norte, provocada pelo aquecimento global, que afeta o Ártico duas vezes mais rápido do que o resto do planeta, está ameaçando diretamente a espécie ao reduzir o tempo que os ursos teriam para caçar focas, além de reduzir também a quantidade de alimento na região devido à destruição do habitat natural.

DIREITOS INDÍGENAS

Os indígenas são importantes protetores do clima no nosso planeta, pois eles são os verdadeiros guardiões das florestas. Nas Terras Indígenas da Amazônia a taxa de desmatamento é baixíssima. Quando mais respeitamos os povos das florestas, mais eles nos ajudam a proteger o clima.

DESIGUALDADE E GÊNERO

As mulheres e meninas, principalmente as dos países pobres, serão mais afetadas que as dos países ricos. Isso porque, para muitas famílias são as mulheres que cuidam do trabalho agrícola, administram suas casas e cuidam dos filhos. Em casos de eventos extremos, elas ficam mais vulneráveis, seja pela dificuldade em encontrar alimentos e água, seja pelo aumento do risco de sofrerem violência.

AUMENTO DO NÍVEL DOS OCEANOS – VULNERABILIDADE LITORÂNEA

O aquecimento global e o buraco na camada de ozônio são as principais causas do degelo dos polos e das geleiras. O aumento das emissões de CO2 e de outros gases de efeito estufa (GEE) para atmosfera, especialmente na última década, está elevando a temperatura média da Terra com uma velocidade anormal, acelerando o derretimento das geleiras e das calotas polares.

O aumento do nível dos oceanos afetará várias regiões do mundo e ameaçará especialmente os habitantes das áreas litorâneas e ilhas. Cerca de 745 milhões de pessoas viverão nas próximas décadas expostas a inundações, marés ciclônicas e outros fenômenos extremos, que ficarão cada vez mais constantes e devastadores para a vida humana e o meio ambiente.

A subida do nível do mar pode agravar também a erosão dos litorais, piorar a qualidade da água potável, comprometer o sistema de esgotamento sanitário, causar danos ao patrimônio histórico e artístico, afetar o transporte e a atividade econômica das cidades, além de inundar campos de cultivo, paisagens naturais, moradias e até localidades inteiras, convertendo seus moradores em refugiados climáticos.          

Em função do que já foi alterado no planeta até hoje, as consequências nos oceanos e os eventos extremos relacionados poderão durar décadas, senão séculos. “O nível do mar, por exemplo, continuará a subir mesmo se as emissões parassem completamente hoje. E isso, claramente, não está acontecendo”.

Para evitar um sofrimento humano ainda maior, medidas urgentes precisam ser tomadas, como: reduzir drasticamente as emissões de gases do efeito estufa, o desperdício de alimentos e o consumo de carne, além de aumentar muito a eficiência energética por meio de energias renováveis.

 

Fonte imagem: https://www.matanativa.com.br/aquecimento-global-ultimas-noticias/

Fonte: Mudanças Climáticas. Toda Matéria, 2021. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/mudancas-climaticas/. Acesso em: 17 maio 2021.

Fonte: As Mudanças Climáticas. WWF, 2021. Disponível em: https://www.wwf.org.br › clima › mudancas_climaticas2. Acesso em: 17 maio 2021.

Fonte: Mudanças climáticas e saúde. World Health Organization, 2018. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/climate-change-and-health. Acesso em: 17 maio 2021.

Fonte: Mudanças climáticas e recursos hídricos: qual é a relação. BRK Ambiental, 2021. Disponível em: https://blog.brkambiental.com.br/mudancas-climaticas/. Acesso em: 18 maio 2021.

Fonte: Aquecimento Global e a Produção agrícola no Brasil. Clima e Agricultura, 2008. Disponível em: https://www.agritempo.gov.br/climaeagricultura/causa-e-efeito.html. Acesso em: 18 maio 2021.

Fonte: Brasil já sente impactos das mudanças climáticas e situação pode se agravar. National Geographic, 2020. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2020/02/brasil-ja-sente-impactos-das-mudancas-climaticas-e-situacao-pode-se-agravar. Acesso em: 18 maio 2021.

Fonte: Falar de mudanças climáticas é falar sobre a sua vida. Greenpeace, 2020. Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/falar-de-mudancas-climaticas-e-falar-sobre-a-sua-vida/. Acesso em: 16 maio 2021.

Fonte: A subida do nível do mar, um perigo real para o nosso futuro? Iberdrola, 2021. Disponível em: https://www.iberdrola.com/meio-ambiente/aumento-do-nivel-do-mar. Acesso em: 18 maio 2021.